Jonah Hex - Caçador de Recompensas

De olho no filão lucrativo das adaptações de quadrinhos, os executivos de Hollywood vêm investindo em personagens pouco conhecidos do grande público. Tentando repetir o sucesso de “Blade – O Caçador de Vampiros” (1998), a indústria cinematográfica cometeu o mediano “Constantine” e os fracos “Demolidor” e “Motoqueiro Fantasma”. Somente este ano, a DC Comics conseguiu decepcionar os apreciadores de HQ’s duas vezes. Primeiro com “Os Perdedores” e mais recentemente com “Jonah Hex – Caçador de Recompensas”.
Vivido por Josh Brolin, o anti-herói Jonah Hex renderia uma boa adaptação. Um personagem violento que teve sua família assassinada e é movido pelo desejo de vingança (clichê número 1) caça bandidos em troca de recompensas (clichê número 2) no cenário do Velho Oeste. Apesar dos lugares comuns, o diretor Jimmy Hayward (Horton e o Mundo dos Quem) poderia apelar para a estética e fazer um longa obscuro que explorasse o riquíssimo gênero Faroeste e a carga dramática do caçador de recompensas. E cá pra nós, Josh Brolin daria conta do recado. Mas o que vemos em tela é algo no estilo “As Loucas Aventuras de James West” (1999), ao menos sem o espalhafato tecnológico.
Optando pelo lado da aventura (??), Hayward acerta somente na ótima abertura animada que conta em segundos a origem do herói do filme. Espertamente, o diretor adota técnicas de sua experiência como animador do aclamado estúdio Pixar. A sequência lembra uma HQ do lendário Stan Lee que, em no máximo duas páginas, contava a origem de um personagem.
Porém, usar esse tipo de abordagem implica em dois fatores. Um é pular todo o blábláblá introdutório e ir direto para a ação. O outro é que o apego do público pelo herói vai se dar apenas se o fulano for carismático como um Homem-Aranha.
Jonah Hex é o tipo de personagem que nem de longe possui um grau elevado de carisma. Por ser desconhecido das massas, fica ainda mais difícil uma audiência jovem se apegar a um matador de uma época passada. Mas se você pensa que ao menos a história vai ganhar ritmo saltando para a ação, enganou-se. O filme é lento, com sequências de ação mornas e atuações bocentes.
Brolin liga o piloto automático e não lembra nem um pouco o ator vigoroso de “Onde Os Fracos Não Têm Vez”. Nem a presença de John Malkovich (Queime Depois de Ler) como Quentin Turnbull agrada. O vilão é uma espécie de terrorista (clichê número 3) que coloca em risco a tão subestimada segurança nacional estadunidense (clichê número 4). Malkovich parece que fez o longa para pagar a conta de energia atrasada...
Já a beldade Megan Fox interpreta uma prostituta (clichê número 5) apaixonada por Hex (clichê número 6). Seu papel é um mero adorno decorativo (clichê número 7) que não possui nenhuma importância dentro da trama (clichê número 8) além de fazer os marmanjos do cinema babarem (clichê número 9). Fox, por sinal, vem perdendo a credibilidade a cada novo trabalho que faz. De “Transformers” a “Garota Infernal”, sua carreira vem descendo ladeira abaixo.
No final, “Jonah Hex” não será a galinha dos ovos de ouro da Warner Bros/DC Comics. Pelo contrário! O longa amargou um baita prejuízo para o estúdio: dos 47 milhões de dólares investidos, arrecadou em bilheteria mundial nem 11 milhões de dólares (fonte: Box Office Mojo). No Brasil, a película deve seguir o mesmo caminho de “Os Perdedores” e chegar diretamente para o mercado de DVD/Blu-Ray. Para fechar o clichê número 10: isso é o que acontece quando modificam um material adulto para lucrar com uma faixa etária mais abrangente.

Resenha disponível em: http://nerdetilico.blogspot.com/2010/10/resenha-jonah-hex-cacador-de.html

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Um comentário:

  1. Gostei do novo visual! Critica perfeita. Concordo plenamente com o texto. Um abraço.

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