Legado Suburbano

Entre as tábuas impregnadas pelo eco das discussões
busquei nas prateleiras o pó de velhas lembranças:
o mofo, as cinzas, as teias, signos de cobranças,
Da apologia da miséria despertada em alusões.

O tempo de criança ali jogado, relíquias em trapo,
riscas de giz, brinquedos improvisado: sementes,
espigas, tecidos, o balanço está quebrado,

Inferno! Lembro-me de maltratos... [Ausentes]
a luz, a água, o vento, elementos ascendentes,
das lágrima contida aos desejos acalentes.
No passeio ao passado, de ego acurado
vejo seu rosto em fracos traços desfigurados

Para que perdoar-te se me deixas eterno legado?
Por que suburbano foste sem ser condicionado?

Servir-me-ia do passado de alma acalmada,
um dia sentir, e lembrar, a arte de ser amada.
Para onde seguirei recuso teu retrato empoeirado
Serás esquecido, nesta casa não volto...
Nosso encontro está adiado.

Winderson Marques

Um comentário:

  1. Winderson que lindo poema,me fez por alguns instantes dar uma volta no meu passado.Amei o seu blog,e pode ter certeza que irei acompanhá-lo...

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